A sociedade dos sonhos involuntários, Agualusa
José Agualusa não terá sido neste seu livro “A sociedade dos sonhos involuntários” tão apreciado pela crítica como o fora com outros livros. Há mesmo quem lhe tenha atribuído apenas “duas estrelas”, porque “trata a política à maneira dos indignados poéticos”, “porque a política é resolvida num sonho” e porque “há ressurreições a mais para um Cristão”, assim pensa Carlos Maria Bobone, no artigo publicado no observador em junho de 2017.
Confesso que Agualusa não é o meu autor de eleição, contudo há algo nele (desde os meus tempos de docente de Língua e Identidade Cultura) que me fascina. Mais do que a ação narrativa é talvez a capacidade que tem de conseguir incutir aos pensamentos e às palavras das suas personagens os seus próprios ideais de liberdade, de respeito pelo outro e de coragem. Muito embora, confesse, por vezes demasiado idealistas!!
Um livro, de facto, demasiado “sonhado” e “sonhador”, talvez ideologicamente demasiado “cor de rosa”, na verdade, os sonhos que todas as personagens têm em comum são apenas o pretexto para apelar à coragem dos homens. Pois afinal:
Ausência de medo = Loucura OU Coragem
Coragem= será sempre sinal de Liberdade
Poderia o autor ter feito mais? Sim podia! Podia o autor ter criado um enredo mais denso, com personagens psicologicamente mais ricas? Sim, podia.
Mesmo assim, valeu a leitura pelo facto de nos fazer refletir sobre a capacidade que os sonhos têm de “sonhar” a realidade e os seus desejos escondidos.
Boas leituras.
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